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Rebeliões à vista

” A situação do sistema penitenciário em Sergipe está muito grave. A qualquer momento pode haver rebeliões em proporções incomensuráveis.” O alerta é do presidente da OAB/SE, Henri Clay Andrade. Os agentes penitenciários estão revoltados em virtude da defasagem salarial e os detentos porque um dos presídios tem capacidade para 800 detentos mas está atualmente com 2.800 reclusos.

Nesta segunda-feira, às 18 horas, a entidade dos advogados vai discutir a gravíssima situação durante a sessão do Conselho Seccional. A reunião será pública e o Secretário de Justiça e o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança foram convidados. A tensão no Complexo Penitenciário em São Cristóvao (Copemcan) aumentou neste final de semana com a proibição da visita íntima aos presos. A OAB tentou convencer os agentes penitenciários a liberarem a visita íntima mas não houve êxito.

Segundo Henri Clay, a categoria os agentes estão com muita revolta em relação ao governo. “A relação esgarçou e a paciência acabou.”, disse. Há anos a categoria vem sofrendo defasagem salarial e tendo que trabalhar em péssimas condições de trabalho que os levam a conviver em ambiente laboral de alto risco. “Se essa situação se mantiver, as consequências serão trágicas,” enfatiza, Henri Clay. A retirada da visita íntima significa causar um rompimento com o pacto de paz existente entre os detentos e o sistema prisional. Ninguém sustenta essa situação por muito tempo, afirmou o presidente da OAB.

Henry Clay disse que os detentos estão indóceis e o momento é de tensão extrema. “O governo parece ter perdido o controle da situação. Os presídios estão sob total domínio dos agentes penitenciários em movimento e dos detentos. Ambos estão pressionando para que o governo atenda às reivindicações de cada qual. O governo não dá sinais de atendê-las.”

“Humanizar o sistema prisional e valorizar a categoria dos agentes de segurança, são condições que se impõem. Se não houver um consenso para resolver esses graves problemas estruturais, tudo indica que haverá rebeliões com trágicas consequências sociais,” preconiza, Henri Clay.