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Moro, o mais cotado

Um dos nomes mais cotados para integrar a lista tríplice da Ajufe que será entregue ao presidente Michel Temer como sugestão para a sucessão do ministro Teori Zavascki no STF é do juiz federal Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e que se notabilizou por comandar a maior investigação contra a corrução no Brasil, a “Operação Lava-Jato”. Caso integre a lista, Moro irá figurar pela segunda vez em uma sugestão da entidade dos juízes para compor o Pleno do STF: em 2014, Moro foi indicado pela Ajufe para concorrer a vaga aberta com a aposentadoria precoce do ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa. A vaga foi ocupada pelo atual ministro Luiz Fachin por indicação da então presidente Dilma Rousseff.

Descendente de italianos da região do Vêneto, Sérgio Fernando Moro nasceu em Maringá, no Paraná, no dia 1 de agosto de 1972. Filho do professor de Geografia, Dalton Áureo Moro e da professora de português, Odete Moro, que viveram juntos por quase quarenta anos até a morte de Dalton em 2005.
Sérgio Moro estudou no colégio Santa Cruz e se preparou para o vestibular no colégio Gastão Vidal, onde seus pais lecionavam. Estudou inglês no Instituto de Línguas de Maringá. Passou no vestibular e entrou no curso de Direito da Universidade Estadual de Maringá (UEM), concluindo o curso em 1995. Posteriormente concluiu o mestrado e o doutorado na Universidade Federal do Paraná.

Seu primeiro emprego foi em um escritório de advocacia de Direito Tributário, quando foi indicado por um ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá, Neumar Godoy, onde trabalhou durante dois anos. Em 1996, recém-formado, com 24 anos, foi aprovado no concurso para juiz federal. Seu destino foi a sede da Justiça Federal na cidade de Curitiba. Na Vara previdenciária, chegou a ser conhecido como o “juiz dos velhinhos”, por sua tendência a julgar a favor deles e contra o INSS.

Sergio Moro teve uma passagem rápida por Curitiba, mas já mostrava ser um juiz de “linha dura”. Em 1998 ele foi transferido para Cascavel e lá sua fama de juiz durão prosseguiu com o julgamento de diversos casos. Ainda em 1998, Sérgio Moro foi selecionado em um concurso da Associação dos Juízes Federais do Brasil para fazer um curso de questões constitucionais – o Programa de Instrução para Advogados da Harvard Law School, nos Estados Unidos.

Em 12 de junho de 2003, Sérgio Moro assumiu a Primeira Vara especializada em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, em Curitiba. A criação da Vara respondia a uma demanda crescente, sobretudo no Paraná, de processos de lavagem de dinheiro, entre eles o caso das contas CC5, que analisava remessas ilícitas de dinheiro para o exterior, que foi a sua primeira grande experiência com o crime de colarinho branco.

Em 2007, depois de passar em segundo lugar no concurso para professor do Departamento de Direito Penal da Universidade Federal do Paraná, o professor passou a dar aulas de Direito Processual Penal, duas vezes por semana, da disciplina que é obrigatória para o último ano do curso de Direito. Em 2010, outro processo investigado por Sérgio Moro foi a Operação Banestado – escândalo de evasão de bilhões de reais do Banco do Estado do Paraná na década de 1990. Sobre os casos investigados, Sergio escreveu: “Quanto aos crimes de colarinho branco, o custo e o desgaste não valem o resultado. Se os culpados são presos, logo estarão soltos. Se não prende, prescreve pelo tempo entre eventual condenação e início da execução da pena”.

No caso do “Escândalo do Mensalão”, por sua especialização em crimes financeiros e no combate à lavagem de dinheiro, Sérgio Moro foi convidado pela ministra do STF, a gaúcha Rosa Weber, para ser juiz instrutor do Supremo. Sérgio Moro passou um ano assessorando a ministra.
Sérgio Moro chegou ao momento de maior destaque em sua carreira quando no dia 11 de julho de 2013, autorizou a escuta telefônica de um doleiro. Era o início de uma sucessão de denúncias e delações que levou o juiz a desbaratar o maior esquema de corrução da história do Brasil, a “Operação Lava-Jato.”

Em Curitiba, o juiz Sérgio Moro conduz os processos da operação Lava Jato, o mais abrangente e eficaz processo da justiça contra a corrução no país. Em abril de 2016, Sérgio Moro foi eleito “uma das cem personalidades mais influentes do mundo” pela revista americana Time, onde Moro aparece na mesma categoria de líderes internacionais. “Essa seleção honra muito a magistratura brasileira”, disse ele à imprensa em jantar de gala em Nova Iorque, ao qual compareceu com a esposa a advogada Rosangela Wolff Moro com quem tem dois filhos.