A Polícia Federal está nas ruas do Rio de Janeiro hoje (24) para cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Um dos alvos é o desembargador Siro Darlan, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O magistrado responde a inquérito na Corte, que apura suposta venda de sentenças no fórum da capital carioca. Ao todo, sete mandados foram expedidos pelo STJ. Entre as decisões do desembargador, está a soltura do casal de ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus. Ambos foram soltos menos de 24 horas depois de ser preso, no início deste mês.
Menino pobre de Cajazeiras, sertão da Paraíba, Siro Darlan chegou ao Rio de Janeiro em 1951, aos 2 anos de idade, em companhia da mãe, Maria de Lourdes, que, num gesto ousado para a época, separou-se do marido e veio tentar vida nova na cidade grande. Com ele vieram os outros irmãos – Francisco Rudimaci, Iatagan Anderson e Wtigard – e a tia Anita, para ele uma segunda mãe.
Quando os salários da mãe e da tia, ambas funcionárias dos Correios, não foram suficientes para o sustento da família, Siro e o irmão caçula foram internados numa instituição da Funabem.
A sorte do menino Siro Darlan começou a mudar quando ele foi à Igreja Santa Mônica, no Leblon, oferecer-se para ajudar na missa. Para convencer o frade de sua aptidão, declamou trechos inteiros da cerimônia em latim. Impressionado com a vivacidade do menino de seis anos, que mal conhecia o português, frei Aurélio Azcona pediu ao diretor do Colégio Santo Agostinho que lhe concedesse uma bolsa de estudos.