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Movimento começou há 50 anos

Inconformados com a situação dos negros no Brasil, quatro jovens propuseram, na Porto Alegre de 1971, que houvesse um dia no calendário para a população refletir sobre a questão racial. Foi na capital gaúcha que eles idealizaram, há 50 anos, o Dia da Consciência Negra, data que virou referência em todo o país.

Antônio Carlos Cortês, Oliveira Silveira, Vilmar Nunes e Ilmo da Silva, fundadores do grupo Palmares, não concordavam com o 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura, e consideravam que 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, simbolizava com justiça a luta dos negros pela liberdade total.

Único vivo dos quatro idealizadores do Dia da Consciência Negra, Cortês, hoje com 72 anos, advogado, radialista e um dos maiores nomes do movimento negro no Brasil. Ele lembra que o jornalista Alexandre Garcia, então correspondente do Jornal do Brasil em Porto Alegre, escreveu, em um dos maiores veículos do país, sobre a ideia dos quatro jovens negros. – Foi como um rastilho do pólvora. Todas as sociedades negras do Brasil passaram a nos buscar para ter informações.