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Justa homenagem a Nabor Bulhões

A presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita de Cássia Sant’Anna Cortez irá entregar, na próxima terça-feira, dia 15, a medalha Luiz Gama ao consócio Antonio Nabor Areias Bulhões. A cerimônia de entrega ocorrerá na sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília. O evento será realizado no formato presencial e seguirá todos os protocolos exigidos pelos órgãos oficiais de saúde.

A medalha Luiz Gama foi criada em 2009 pelo IAB, com desenho do saudoso arquiteto Oscar Niemeyer. Luis Gama foi indicado por três mandatos sucessivos do IAB ( Maria Adélia, Paulo Sabóia e Henrique Maués, pelo Instituto de Advocacia Racia (IARA), através de seu ex-presidente, o consócio Humberto Adami, para ingressar postumamente no Instituto dos Advogados Brasileiros, bem o apoio ao indicação ao Prêmio Nobel da Paz, de Abdias Nascimento. Luiz Gama foi um dos maiores advogados do Brasil, tendo libertado centenas de escravos no período pré-abolição.

Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em Salvador (BA) no dia 21 de junho de 1830, vindo a morrer em São Paulo no dia 24 de agosto de 1882). Foi foi um advogado abolicionista, orador, jornalista e escritor brasileiro e o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil. Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10 anos, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade. Conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos, sendo já aos 29 anos autor consagrado e considerado “o maior abolicionista do Brasil”.

Apesar de considerado um dos expoentes do romantismo, obras como a “Apresentação da Poesia Brasileira”, de Manuel Bandeira, sequer mencionam seu nome. Teve uma vida tão ímpar que é difícil encontrar, entre seus biógrafos, algum que não se torne passional ao retratá-lo — sendo ele próprio também carregado de paixão, emotivo e ainda cativante. A despeito disto o historiador Boris Fausto declarou que era dono de uma “biografia de novela”.

Foi um dos raros intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX, o único autodidata e o único a ter passado pela experiência do cativeiro. Pautou sua vida na luta pela abolição da escravidão e pelo fim da monarquia no Brasil, contudo veio a morrer seis anos antes da concretização dessas causas. Em 2018 seu nome foi inscrito no Livro de Aço dos heróis nacionais depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.