O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai nomear dois ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF) ao longo de 2023, devido às aposentadorias de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Ambos vão completar 75 anos, idade limite para atuação na Corte. O primeiro a se aposentar será o carioca Ricardo Lewandowski. Ele completa 75 anos em 11 de maio do próximo ano, idade-limite para permanência no serviço ativo. No entanto, Lewandowski, que foi foi nomeado pelo próprio Lula para o STF, deve antecipar a aposentadoria para os primeiros dias do ano afim de ser nomeado, novamente por Lula, para a embaixada do Brasil em Portugal.
Com a vaga aberta no STF, Lula poderá nomear o segundo negro na história da Corte. O primeiro foi Joaquim Barbosa, nomeado também por Lula em 2003na vaga do então ministro José Carlos Moreira Alves. O segundo negro deve ser o carioca Benedito Gonçalves, do STJ e atual corregedor do TSE. Nos dois primeiros mandatos, de 2003 a 2010, Lula indicou oito ministros e a ex-presidente Dilma Rousseff, outros cinco. Na atual composição de 11 ministros da Corte, apenas quatro não chegaram ao tribunal pelas mãos dos governos petistas.
O segundo ministro negro deve ser Benedito Gonçalves, nascido no Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 1954. Formado em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em direito processual civil pela Universidade de Brasília (UnB/CJF) e mestre em direito pela Universidade Estácio de Sá, Benedito Gonçalves iniciou a carreira na magistratura como juiz federal em Santa Maria (RS). Foi desembargador por merecimento do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), cargo que exerceu até a sua nomeação para o STJ. Foi papiloscopista da Polícia Federal de 1977 a 1982, e delegado de polícia do Distrito Federal de 1982 a 1988. Tomou posse como ministro do STJ em 17 de setembro de 2008, nomeado pelo então presidente Lula.