Após mais de dez anos de espera, o ex-presidente do Atlético Goianiense, Maurício Sampaio, foi condenado pelo júri a 16 anos de prisão, em regime fechado, pela morte do cronista esportivo Valério Luiz, no dia 5 de julho de 2012, em Goiânia. Maurício Sampaio foi apontado como o mandante do crime. O julgamento começou na última segunda-feira e demorou três dias. Os outros condenados pelo envolvimento no crime foram o policial militar Ademá Figueredo (16 anos de prisão), apontado como autor dos disparos, além do também policial militar Urbano de Carvalho Malta (14 anos de prisão) e do açougueiro Marcos Vinícius Pereira Xavier (14 anos de prisão), acusados de participar do planejamento do homicídio.
Na noite desta quarta-feira, 9, o advogado Valério Luiz Filho, que atuou como assistente da acusação, pôde sentir o gosto da justiça. Ele é filho de Valério Luiz de Oliveira, o radialista assassinado ao deixar as dependências da rádio em que trabalhava no Setor Serrinha, região sul de Goiânia. Mais do que qualquer outra pessoa, ele lutou pela realização do júri popular que, após quatro mudanças de data, foi iniciado na segunda-feira, 7 e se encerrou com a leitura da sentença condenatória pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida.
Em 2012, na época do crime, Maurício Sampaio era ex-vice-presidente do Atlético-GO. Ele se tornou presidente do clube em 2015 e permaneceu até 2018. Atualmente, Maurício Sampaio era vice-presidente do Conselho de Administração do clube. Além de Maurício Sampaio, os outros quatro réus indiciados pelo homicídio e denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) foram: os policiais militares Ademá Figueiredo e Djalma Gomes da Silva, o comerciante Urbano de Carvalho Malta e o açougueiro Marcus Pereira Xavier.
Em fevereiro de 2013, o inquérito policial entregue pelos delegados Adriana Ribeiro e Murilo Polati, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, apontou que o assassinato foi motivado por críticas do jornalista à gestão do Atlético-GO. Em agosto de 2014, a Justiça decidiu que os cinco réus seriam levados a júri popular. De lá para cá, recursos e embargos apresentados pela defesa levaram o caso até o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, posteriormente, ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.