A samaumeira, localizada na praça em frente ao prédio da Procuradoria-Geral do Ministério Público do Amapá, foi escolhida para ser objeto de estudo de disciplina do curso de dendrocronologia que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-AP) está oferecendo. O promotor de justiça do Meio Ambiente, Marcelo Moreira, e a assessoria técnica do órgão, acompanharam a pesquisadora pós-doutoranda Daniela Granato de Souza e estudantes de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado que participam do curso.
Sumaúma ou samaumeira ( do tupi) , grande árvore da família das Bombáceas, de madeira branca, vive em regiões com bastante umidade. O imenso tronco é apoiado em enormes raízes, cuja parte aérea, é utilizada para a confecção de mesas rústicas, tábuas de lavar roupas, etc. Seus frutos produzem paina, usada para travesseiros e outros estofados domésticos. É uma das maiores árvores da região amazônica.
Daniela Granato, pós-Doutoranda na Universidade do Arkansas (EUA), explicou a importância do método de dendrocronologia, que estuda a idade das árvores, bem como a respeito do clima no decorrer da vida da planta, os impactos das mudanças climáticas e até se o ano foi de muita ou pouca chuva por meio da cronologia. A estudiosa faz parte do grupo de pesquisadores que participam das expedições do projeto Árvores Gigantes, do qual o MP-AP é parceiro através da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente.
O objetivo desta experiência é descobrir a idade da samaúma que hoje é símbolo do Ministério Público do Amapá. Os alunos que estão fazendo a pesquisa são mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos nas Universidades Federal do Amapá (UNIFAP), São Paulo (USP), Lavras (UFLA), e do Pará (UEPA – Paragominas); alunos do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Pólo Laranjal do Jari, e Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP); e servidores da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), Embrapa-AP, Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA) e Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap).
Os estudantes e assessores da Promotoria, Alcione Cavalcante, João Matos e Mainar Vasconcelos acompanharam o processo de coleta do material necessário para análise. Para a extração é utilizada uma vara com um equipamento chamado Trado de Incremento, sem causar danos na árvore. As amostras serão enviadas para polimento no Laboratório da Embrapa-AP e análise dos anéis de crescimento que indicam a idade aproximada da árvore. O resultado será divulgado nesta sexta-feira, 9 de junho.
Para o promotor Marcelo Moreira, além do simbolismo da árvore para o MP-AP, ela representa uma parte da memória da cidade de Macapá, que pode ser contada também do ponto de vista da dendrocronologia. “Esta árvore carrega uma história de força e renascimento. A partir da sensibilidade de membros e servidores do MP-AP, como o promotor Haroldo Franco, os procuradores Ivana Cei e Márcio Alves, e os servidores Alcione Cavalcante e José das Graças, ela foi salva e preservada no mesmo local,l e hoje representa esta instituição. É interessante esta análise para ajudar a completar esta história”.