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Crime organizado domina metade do Grande Rio

Metade do Grande Rio está dominado pelo crime organizado. A estatística é de Cecília Oliveira, da ONG Fogo Cruzado. Mais precisamente, 49,9% do território é controlado pelas milícias e pelo tráfico. Segundo Cecília, a situação começou a degringolar em 2021 com a morte de Ecko, um dos mais ativos chefes das milícias da Zona Oeste do Rio. Foi aí que teve início a guerra entre grupos milicianos da região. O racha entre as facções foi aproveitado pelos traficantes, que avançaram seus domínios.

Segundo Cecília, houve um aumento de 54% nos tiroteios em relação a 2022. Já as mortes subiram 123%. (…) A paradisíaca Recreio dos Bandeirantes (foto), área que mantinha algo de selvagem em sua natureza no passado recente, por exemplo, virou vítima da selvageria da milícia e do tráfico. A letalidade violenta cresceu 218% de 2022 para 2023, conforme a 42ª DP. A praia, com seu jeitão bucólico, os mesmos prédios baixos do Jardim Oceânico da Barra da Tijuca, era um convite a uma vida sossegada para as famílias nos anos 1990.

Hoje a situação se degradou completamente. O terror da segunda-feira 23, quando passageiros eram retirados dos coletivos parados e depois incendiados por criminosos, evidencia que quem agora manda no pedaço é a milícia. (…) Detalhe: o ex-governador Wilson Witzel acabou com a secretaria de Segurança. E até hoje nada foi colocado em seu lugar pelo vice de Witzel, Cláudio Castro, que assumiu o governo. E, mesmo assim, foi reeleito pelos cariocas e fluminenses para um segundo mandato.