Direito Global
blog

“Beco dos Cornos” em São Paulo

No início do século XIX, uma rua em São Paulo era conhecida como “Beco dos Cornos” ou dos “Chifres”. Explica-se este nome porque no final do logradouro, na altura da Rua Jaceguai, estava colocado o antigo matadouro da cidade e, nas imediações, realizava-se o comércio de miudezas de gado como o couro e os “chifres”, matéria prima muito utilizada naquela época para a fabricação de pentes, botões, etc. Mas, a partir de 1865, o antigo beco ficou conhecido como “Travessa de Santa Cruz” e, quando a antiga Rua do Meio (atual Rua Dr. Rodrigo Silva) recebeu o nome de Rua da Assembléia, a atual ficou conhecida como “Travessa da Assembléia”.

Em 1899 (Lei nº 416 de 28 de agosto) desaparece a primitiva Rua da Assembléia com a alteração de seu nome para Rua Dr. Rodrigo Silva. Nesse sentido, aquela que era apenas a “Travessa da Assembléia”, passa a ser oficialmente “Rua da Assembléia”.

Esta denominação lembrava a existência do antigo edifício da Assembléia Provincial – atual Assembléia Legislativa do Estado – que localizava-se na atual Praça Dr. João Mendes, esquina com a primitiva Rua da Assembléia. Antiga e muito tradicional na cidade, a Rua da Assembléia possui um marco muito importante na história da arquitetura e engenharia da cidade, hoje um verdadeiro patrimônio histórico: os “Arcos da Rua da Assembléia”.

Descobertos em 1987 por conta da demolição de alguns imóveis, os “arcos” são na realidade um muro de arrimo construído entre 1908 e 1913 para vencer o desnível existente entre as Ruas da Assembléia e Jandaia.

Naquele mesmo ano de 1987, os técnicos do Patrimônio Histórico Municipal reconheceram a sua importância e decidiram pela sua conservação. No dia 25 de janeiro de 1988, os “Arcos da Rua da Assembléia” foram re-inaugurados.