Por Teresa Cristina Machado – Condutora gestora da Oficina de Atitude – É sonhar demais desejar que, no momento de reconstrução da infraestrutura, o Rio Grande do Sul inove, privilegiando pedestres e ciclistas nas ruas das cidades; a arborização e a preservação da mata nativa em detrimento do asfalto sem limites e encontre formas e materiais compatíveis com o meio ambiente para refazer as estradas? Isto sim seria ressignificar o desastre por que passa o meu estado natal e seus traumas, além de estabelecer-se um novo e harmonioso padrão de viver na Terra a partir de um evento negativo.
Parece-me que aprovar orçamento de guerra, crédito extra e outras soluções para recompor o estado com mais do mesmo é investir recursos financeiros e humanos no que já se mostrou ineficiente e ineficaz para a atualidade e insistir em manter vidas humanas em risco permanente. Infelizmente, este não será o último episódio de fenômenos climáticos devastadores que vamos assistir.
Como na pandemia do Covid-19, que o vírus sabia o que estava fazendo, o clima também sabe e já tem data e local para fazer seus shows. Segundo o coordenador-geral do Cemaden, José Marengo, “não há como parar a chuva; a única solução é se preparar”.
Já foi Dubai, agora, é o Rio Grande do Sul. E há um planeta inteiro muito, muito frágil diante deste, que se tornou uma ameaça à civilização – o clima -, e que não aceita mais negociação conosco.
O Cemaden é o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.