“Não nutro rancor ou vingança. Deixei decaírem prazos legais para prestar queixas- crimes por injúria, calúnia e difamação. Preferi tentar reduzir a litigiosidade em prol da saúde de nossos filhos. Em vão”. A afirmação é do advogado brasiliense Roberto Figueiredo Caldas, ex-juiz presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que há mais de um ano viu sua vida se transformar com uma avalanche de falsas denúncias, proferidas por sua ex- companheira, a sergipana Michella Marys Pereira.
A justiça o absolveu, até agora, de nove acusações, entre as 12 a que foi alvo, inclusive de assédio sexual feitas por duas funcionárias. As três acusações restantes, reunidas em um só processo, dependem do tempo da justiça.
Além de abrir mão de suas fontes de receita para se dedicar integralmente à sua defesa e aos cuidados com os filhos, Roberto Caldas viu sua casa ser completamente depredada e os móveis retirados pela ex e duas cúmplices, conforme indiciamento recente, gerando um prejuízo financeiro de mais de R$ 3,5 milhões.
Durante todo o processo judicial e difamatório, Caldas preferiu não se manifestar. Foi do céu ao inferno, mas sempre contou com o apoio de sua família e de amigos. Agora, com o indiciamento da ex-companheira e de suas empregadas, Caldas decidiu emitir um posicionamento público, a fim de começar a elucidar essa etapa tão dolorosa de sua vida.Segue seu relato:
“A respeito das várias falsas acusações e campanha de desqualificação da minha pessoa, iniciadas há mais de um ano por minha ex-companheira e suas duas auxiliares, sob a alegação de violência doméstica, seguidas da imediata e estrategicamente preparada divulgação midiática, mantive silêncio por envolver questões familiares e de nossos filhos menores de idade, além de acreditar que as controvérsias deveriam ser tratadas na esfera do Judiciário.
Mantive tranquilidade e prudência, certo de minha inocência e de que a verdade e a justiça com o tempo chegariam.
Não nutro rancor ou vingança. Deixei decaírem prazos legais para prestar queixas-crimes por injúria, calúnia e difamação. Preferi tentar reduzir a litigiosidade em prol da saúde de nossos filhos. Em vão.
Na semana passada, contudo, o caso novamente veio a público, desta vez em razão da conclusão da investigação policial exatamente contra minhas três acusadoras, que a imprensa tem divulgado. Elas foram indiciadas pela prática de até cinco crimes que podem resultar em penas de até 16 anos e indicar novo rumo caso.
Entre os referidos crimes, é muito preocupante que haja indícios de autoria por parte das três, tendo nossos dois filhos como vítimas, com violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Algo inadmissível, ainda mais porque eles já vêm sendo duramente atingidos por violência psicológica representada por graves atos de alienação parental.
Nesta oportunidade, informo que as acusações que já foram examinadas definitivamente, na esfera policial ou judicial, foram todas arquivadas. Fui acusado pela suposta prática de 12 crimes, mas já fui inocentado dos nove mais graves, inclusive os de assédio sexual contra essas mesmas duas funcionárias. Restam ser julgados três crimes, que teriam pena máxima de um ano e oito meses, não fosse eu inocente.
Com relação a essas últimas três acusações, apesar de haver previsão de pena de um vigésimo (1/20) do total das histriônicas acusações iniciais, permaneço com o mesmo acato, resguardo e pronto a colaborar com a Justiça a elucidar a verdade, nos parâmetros da tão valorosa Lei Maria da Penha.
Brasília, DF, 12.9.19, Roberto de Figueiredo Caldas”