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Carta-bomba na OAB

A secretária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Lyda Monteiro foi assassinada em 27 de agosto de 1980, por agentes do Centro de Informação do Exército (CIE), ao abrir uma carta-bomba, revelou hoje (11) a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio), vinculada ao governo do estado. A correspondência era endereçada ao então presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes, mas foi aberta por Lyda, secretária dele. Na época, a OAB denunciava desaparecimentos e torturas de perseguidos e presos políticos.

Com base em depoimentos de testemunhas, fotos e retratos falados, a comissão identificou a participação do sargento Magno Cantarino Motta, codinome Guarany, que entregou a bomba pessoalmente na sede da OAB; o sargento Guilherme Pereira do Rosário, que confeccionou o artefato e o coronel Freddie Perdigão Pereira, que coordenou a ação. Guarany é o único vivo entre eles.

A elucidação do caso foi possível após a identificação de uma testemunha ocular que trabalhava na OAB quando ocorreu o atentado. No entanto, para preservar a fonte, a comissão não vai divulgar nomes. “Pelo nosso compromisso com a testemunha e com a família, a única coisa que podemos dizer é que ela é testemunha ocular. Ela estava presente no 4º andar quando o Magno Cantarino, o Guarany, foi lá levar a carta-bomba”, disse Wadih Damous, deputado federal que presidia a Comissão Estadual da Verdade, durante as investigações. (Agência Brasil)