Não é a primeira que um parlamentar defende o fim da Justiça do Trabalho no Congresso Nacional. Além do deputado Nelson Marchezan Jr (PSDB-RS), que usou a tribuna da Câmara para propor a medida extrema nesta sexta-feira, há 17 anos, em 3 de março de 1999, o então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PDS-BA) defendeu o fim “do Tribunal Superior do Trabalho e de toda a Justiça do Trabalho, que é anacrônica e não pode existir em um país que quer se desenvolver”.
Por coincidência, o propositor da medida atual é filho do ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-líder do governo do então presidente João Figueiredo, o deputado Nelson Marchezan. Falecido em 2002, Marchezan foi companheiro inseparável de ACM nos tempos em que ambos eram filiados à Arena, partido de apoio aos governos militares e que na reforma partidária de fevereiro de 1980 passou a ser chamado de PDS.
O falecido senador ACM lembrou na ocasião o fato de que a Justiça do Trabalho “só existe no Brasil”. Antonio Carlos lembrou ainda que há muito tempo defendia a tese de acabar com os juízes classistas, “mas alguns conservadores no Senado, e alguns se dizem progressistas, não querem”. Ele enfatizou que sua posição era antiga e acrescentou que se tornou “mais radical”, defendendo a proposta de uma extinção completa da Justiça do Trabalho.
ACM morreu oito anos depois de propor o fim da Justiça do Trabalho.