Uma realidade comum nos presídios femininos em todo o Brasil, é mulheres que entraram no crime por conta de seus maridos e namorados, mas que, após serem presas e levadas para o sistema penitenciário, são abandonadas pelos seus parceiros. Enquanto a fila de mulheres nos dias de visita íntima chega a centenas de metros nos presídios masculinos, no Presídio Feminino Santa Luzia, em Maceió (AL) dá até para contar nos dedos das mãos as detentas que são visitadas. Em um universo de 230 reeducandas, apenas 5 delas recebem visitas íntimas uma vez por mês.
As detentas femininas precisam aprender a enfrentar a nova realidade sozinhas. Afastadas do mundo, muitas deixaram para trás família – filhos que irão crescer sem a presença da mãe -, deixaram sonhos, deixaram a “humanidade”. Agora elas precisam dividir celas, mas mesmo com uma companheira na cama ao lado, elas se sentem abandonadas. São pegas pelas lembranças de uma vida, que já está distante, e entram em um mundo de solidão. A depressão é diagnostico comum no presídio feminino.
O Presídio Santa Luzia, inaugurado em setembro de 2002 e distante cerca de 100 quilômetros de Maceió, é a única unidade no Estado de Alagoas que abriga mulheres. A capacidade total é de 74 vagas.