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Amazônia escancarada

O chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), general de Exército Theophilo Gaspar de Oliveira apresentou hoje(06) para a imprensa o painel “Guerra na Fronteira”. Sem poupar palavras nem minimizar impactos, o general Theophilo Gaspar mostrou que a Amazônia está aberta para crimes como exploração e contrabando de minerais, entrada de armamento pela fronteira com a Venezuela que, segundo ele, “está inundada por fuzis Kalashinikov”, a imigração ilegal tanto vinda do Haiti como, recentemente, do Senegal (de janeiro a maio deste ano, 30 mil estrangeiros entraram no país de forma não autorizada).

“A Colômbia está usando o desfolhante “agente laranja” para acabar com plantações de coca, mas está poluindo gravemente o rio Solimões”, revelou o general, acrescentando que a guerrilha Sendero Luminoso está voltando à ação com força total, desta vez associado ao narcotráfico. “Para mim, isso já é uma guerra. Não é mais um delito, é uma guerra”, disse o comandante. Ele se mostrou preocupado com o que chamou de “grande vazio”, ou seja, a falta de órgãos de segurança que, de forma efetiva possam monitorar as fronteiras e assegurar segurança ao país. “Temos um grande vazio de órgãos da segurança em comparação com o Sul e Sudeste e parte do Centro-Oeste”, declarou.

Além dos criminosos, as fronteiras brasileiras enfrentam a falta de recursos e tecnologia para protegê-las, apontou o general. “Não temos tecnologia. As naves pequenas, de voo baixo, não são captadas pelos radares do Sipam/Sivam e Cindacta. Precisamos de radares que alcancem essas aeronaves”, exemplificou.

O próprio Tribunal de Contas da União (TCU) confirmou que o Plano Nacional de Fronteiras, que permitira ao Planalto coordenar a proteção da soberania nacional, “simplesmente não existe”, apontou Theophilo Gaspar.