O ex-juiz federal do Paraná Sergio Moro é identificado atualmente como o magistrado que luta contra os corruptos e coloca na cadeia os envolvidos na Operação Lava-Jato. No entanto, há alguns anos, outro juiz federal, nascido em Rio Branco, no Acre, fez o mesmo papel de Moro nos dias de hoje.
Pedro Paulo Castelo Branco, lotado em Brasília, foi o juiz que determinou a prisão de Paulo Cesar Farias, mais conhecido como PC, o tesoureiro da campanha do então candidato à presidência da República, Fernando Collor de Mello. PP, como é chamado carinhosamente pelos amigos, deixou a magistratura federal e virou advogado criminalista com escritório em Brasília.
Resumo feito pelo hoje advogado Pedro Paulo Castelo Branco:
O senhor Paulo César Farias, vulgo PC Farias, Tesoureiro de Campanha de Fernando Collor de Melo à Presidente da República, teve sua prisão preventiva decretaria em final de junho de 1993, com base no artigo 312 do Código de Processo Penal, para garantia da ordem pública bem como para assegurar a aplicação da lei penal, em razão dos crimes contra ele imputados pelo Ministério Público Federal.
Garantia da ordem pública porque alguns políticos tinham receios de verem seus nomes envolvidos no recebimento de vantagens indevidas, e aí praticarem alguma retaliação contra o tesoureiro de campanha do candidato Fernando Collor de Melo.
Ele em liberdade corria o risco de vida, sabia muito das falcatruas dos políticos.
E para assegurar a eficácia da lei penal porque era público e notório que PC Farias, em liberdade, poderia escafeder-se para o exterior, evitando consequentente a aplicação de uma possível condenação e o cumprimento da pena, como realmente aconteceu.
No momento em que foi determinado sua prisão preventiva, ele se encontrava em Maceió, em sua residência, e quando os policiais federal foram dar cumprimento ao mandado de prisão, minutos antes ele se evadiu, ajudado por algumas pessoas, levado de avião para o exterior.
Fora apanhado pelas autoridades da Tailândia, após vários meses de buscas pelos organismos internacionais de polícia, Interpol e outros, sendo logrado êxito e recambiado para o Brasil no início de novembro do ano de sua fuga, ou seja, em 1993.