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Pastores assassinos

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), vão a júri popular pelo assassinato de Lucas Terra. O crime contra o adolescente de 14 anos ocorreu em 2001, em Salvador (BA).

Durante todo esse período, os pastores manobraram na Justiça para permanecerem em liberdade e evitar o julgamento. Os acusados estão soltos e ainda atuam em cargos religiosos na Bahia. O processo já havia chegado ao STF, mas foi arquivado em 2018 por decisão de Ricardo Lewandowski no painel virtual. Na ocasião, o ministro alegou “falta de provas”.

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão de Lewandowski e, por quatro votos a um, a 2ª turma do STF decidiu que os pastores vão a júri. Só agora todos os recursos do processo foram esgotados.

Votaram a favor do recurso do MPF os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Carmen Lúcia e Celso de Mello. Ricardo Lewandowski foi o único voto divergente. Após a determinação do STF, o promotor Davi Gallo informou que o processo vai para o 2º juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri (BA).

O pai de Lucas, Carlos Terra, morreu em fevereiro deste ano. Ele sofria de cirrose hepática e, segundo a esposa, Marion Terra, o quadro do marido se agravou no final do ano passado, após saber da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, de anular a sentença do TJ-BA que indicava o envolvimento dos pastores no crime.