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Ministro do STJ foi papiloscopista

Primeiro ministro negro nomeado para o STJ, o carioca Benedito Gonçalves, de 66 anos, responsável por autorizar a operação contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), está no tribunal desde setembro de 2008 nomeado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de ingressar na magistratura, Benedito foi delegado de polícia civil do Distrito Federal entre os anos de 1982 e 1988. Antes de se tornar delegado, trabalhou por 11 anos como papiloscopista (especialista em impressões digitais) da Polícia Federal.

Nascido no Rio de Janeiro, Gonçalves foi indicado para a vaga deixada pelo ministro José Delgado, que se aposentou na época. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Gonçalves também tem no currículo uma especialização em direito processual civil e um mestrado – ambos realizados na Universidade Estácio de Sá, no Rio.

Benedito Gonçalves ingressou na carreira da magistratura como juiz federal em 1988, então com 34 anos, sendo promovido por merecimento para o Tribunal Regional Federal da 2ª Região em 1998. No último dia 11, o Pleno do STJ, por unanimidade, aprovou o nome de Benedito Gonçalves como ministro substituto do TSE. Atualmente, integra a Corte Especial, a Primeira Seção e a Primeira Turma do STJ.

Em maio do ano passado, Benedito Gonçalves foi empossado como membro honorário do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) pela presidente nacional, Rita Cortez, autora da indicação do seu nome. Com o bóton do IAB na lapela, o ministro reassumiu a tribuna, por ele ocupada, em outubro de 2018, quando foi homenageado com a Medalha Montezuma, destinada àqueles que prestaram relevantes serviços ao Instituto ou são portadores de títulos e trabalhos jurídicos de alto nível.

“Em meus 31 anos de magistratura, tenho sempre respeitado a independência e a harmonia entre os poderes, e pretendo, como membro honorário, trazer os meus pensamentos e inquietações para as discussões sobre temas relevantes travadas no Instituto”, afirmou na época Benedito Gonçalves, que integrará as comissões de Direito Constitucional e Direito Administrativo.

Na sua manifestação, o ministro agradeceu a indicação feita por Rita Cortez, “a segunda mulher a presidir a Casa jurídica mais antiga do País”, e destacou a importância da família na sua trajetória de vida e profissional. “A família é o maior patrimônio do ser humano”, afirmou Benedito Gonçalves, que registrou a presença, no plenário, do filho, Felipe, e da nora, Paula, e justificou a ausência de Santina Gonçalves, “querida esposa e companheira”.