Há seis anos – no dia 23 de julho de 2014 , aos 87 anos – o Brasil perdia uma de suas figuras mais ilustres: Ariano Vilar Suassuna, nascido em Parahyba do Norte, atual João Pessoa (PB) em 16 de junho de 1927, estudou na Faculdade de Direito de Recife e foi um dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor brasileiro. É autor das obras Auto da Compadecida e O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta.
Na Faculdade de Direito do Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco, em em seguida Os Homens de Barro. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena. No mesmo ano, volta a Taperoá, para curar-se de uma doença pulmonar e lá escreve e monta a peça Torturas de um Coração.[
Retorna a Recife onde, entre 1952 e 1956, dedica-se à advocacia e ao teatro.[ Em 1953 escreve O Castigo da Soberba, depois vieram O Rico Avarento (1954) e o aclamado Auto da Compadecida, de 1955, que o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato Magaldi diria que a peça é “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”. Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema.
Em 1956, afasta-se da advocacia e torna-se professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1957 vieram O Santo e a Porca e O Casamento Suspeitoso. Depois vieram O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna (1958) e A Pena e a Lei(1959), premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro. Ainda em 1959, funda o Teatro Popular do Nordeste, também com Hermilo Borba Filho, onde monta as peças Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira.
De 1990 até o ano de sua morte, ocupou a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo. Foi sucedido por Zuenir Ventura. Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense. Assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.
Ariano morreu no dia 23 de julho de 2014 no Real Hospital Português, no Recife, vítima de uma parada cardíaca. Havia dado entrada no hospital na noite do dia 21, depois de um acidente vascular cerebral (AVC), passando por procedimento cirúrgico com colocação de dois drenos para controlar a pressão intracraniana.[ Ele ficou em coma e respirando por ajuda de aparelhos. O corpo de Ariano foi sepultado no Cemitério Morada da Paz em Paulista, Região Metropolitana do Recife em Recife em 24 de julho de 2014.
Ariano Suassuna era torcedor do Sport Club do Recife. O clube o homenageou, dando o nome de Taça Ariano Suassuna a um torneio amistoso internacional de futebol que promove anualmente desde 2015, durante a sua pré-temporada.