O Tribunal de Contas do Distrito Federal decidiu apurar suspeita de violação dos princípios constitucionais da administração pública, um mês depois do Banco de Brasília ter acertado o patrocínio master da camisa do Flamengo, em contrato com três anos de validade, até dezembro de 2022, no valor anual de R$32 milhões, o que representa mais de R$2.600 mil mensais. O processo vai correr em sigilo, em virtude de a denúncia, só revelada ontem (27), ter sido anônima. A informação é do blog do Deni Menezes.
O Ministério Público de Contas do Distrito Federal trata do caso como violação ao princípio do interesse público, no acordo que o Banco de Brasília e o Flamengo acertaram, de vez que o Banco de Brasília tem o governo do Distrito Federal como seu principal acionista. O Banco de Brasília, a contar do recebimento da intimação, tem prazo de 15 dias para apresentar todos os documentos solicitados pelo Ministério Público de Contas do Distrito Federal.
O patrocínio anual de R$32 milhões ao Flamengo foi autorizado pelo governador Ibaneis Rocha, de 49 anos, do MDB, eleito com 1.042.572 votos, o primeiro nascido na própria capital do país, mas filho de piauienses. Com fortuna pessoal avaliada em R$100 milhões, tem mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília, foi presidente da OAB-DF, e é fanático pelo Flamengo. Foi em seu turboélice ver o time jogar com o Emelec (0 x 2), em julho de 2019, no Equador, pela Libertadores.
Antes do acerto do patrocínio master da camisa do time de futebol, o governador Ibaneis Rocha já havia autorizado R$2.500 mil para a equipe de basquetebol do Flamengo usar a marca do Banco de Brasília, na camisa, em jogos da Superliga masculina. O governo do Distrito Federal disse ter recebido com surpresa as denúncias, adotando posição idêntica à do clube, e revelando tranquilidade por ter como comprovar que tudo foi feito de acordo com a lei.