Do advogado carioca – nascido na Casa de Saúde São José, no Humaitá – torcedor do Vasco da Gama mas radicado em Brasília desde a infância, Antonio Carlos Dantas Ribeiro sobre um dos mais importantes ministros da história do Supremo Tribunal Federal (STF), José Paulo Sepúlveda Pertence:
“1937 nos deu uma Constituição estranha e um futuro defensor da liberdade, do Estado de Direito e das garantias do cidadão. Foi em Sabará que nasceu o menino Zé Paulo, aluno brilhante do curso de Direito da UFMG, que virou Pertence na época de advocacia brasiliense, depois Sepúlveda Pertence na Procuradoria-Geral da República e Supremo Tribunal. Agora é conhecido como Sepúlveda, advogado e jurista consagrado pelos quatro cantos do Brasil. Tive a honra de conhecê-lo no escritório criado pelo Ministro Victor Nunes Leal(outro gênio mineiro), que Pertence deixara há pouco para conduzir o Ministério Público Federal e era então liderado pelos grandes ‘maîtres de la plume’ Claudio Lacombe e Pedro Gordilho. As sextas-feiras do Marcos Jorge, com as sempre provocantes intervenções do Pavie, eram simplesmente deliciosas, verdadeiras aulas de Direito e de vida, pois o grande mestre sempre discorria com brilho e inteligência desde política local e mundial, Adegão Português até o futebol. Bom humor, perspicácia e rapidez de raciocínio depois vieram a público na TV Justiça com os históricos debates entre ele e o Ministro Moreira Alves, cada um abraçado a suas convicções, mas sempre com respeito mútuo que elevava a discussão e impressionava pelo notável e profundo saber de ambos. Quem bem aproveitou esses dias de ouro foi Odim, que veio com Pertence da Procuradoria, e no Supremo se juntou ao ‘braço-perna’ Euclides e depois ao ‘irmão siamês’ Tamanini. Que sujeito agregador, que timaço, também integrado por Roberto Batista e Alisson. E a rosa dos ventos – Dona Suely? A companheira da vida toda, com quem fazia suave dueto de Festival da Canção no ‘Samba em Prelúdio’. Vida intensa, vida bela, vida única, que ficava ainda mais bonita e alegre quando ele estava com o saudoso ‘irmãozinho’ Modesto. Há muito mais para lembrar, contar e sorrir, mas muitos parceiros de vida ainda vão falar e Irineu pediu(mandou!) um breve e sucinto relato do que vivi e convivi com o grande amigo. No final de tudo fui premiado e acabei ‘entrando pra família’, pois virei padrinho do neto caçula dele, o lindo Antonio, filho dos queridíssimos Eduardo & Patrícia. Se alguém ousasse impor alguma advertência nas entranhas da amizade, ela certamente seria: aproveite a companhia de JPP sem moderação! Saúde, paz, amor e vida longa! “