Do ex-presidente da OAB do Pará, ex-membro do Conselho Nacional do Ministério Público e ex-conselheiro federal da OAB, Sérgio Frazão do Couto sobre a campanha que a Seccional da OAB do Paraná irá iniciar na próxima segunda-feira (05) em favor das eleições diretas (diretas-já) para a escolha do presidente e demais diretores do Conselho Federal da entidade. Atualmente, apenas os dirigentes das 27 Seccionais da OAB são escolhidos pelo voto direto.
“A proposta é tão antiga quanto destituída de fundamento.
Despreza o princípio federativo pelo qual cada unidade federada tem tanto valor quanto outra.
A mim parece ser o mesmo que querer que os senadores, deputados, prefeitos, etc, sejam votados por todos os eleitores do país.
A fórmula alvitrada me parece populista. Ou destituída de lógica e melhor conhecimento da estrutura de nossa instituição.
Por ela, os estados mais populosos e, portanto, estatisticamente, os que possuem maior número de advogados, dominariam a cúpula da OAB, em qualquer votação. Nós, os estados menos populosos, principalmente os do norte e do nordeste, jamais teríamos alguma chance de dirigir nossa entidade.
As regiões sul e centro-oeste deteriam o monopólio da direção do CFOAB. Adeus federalismo!
As regiões menos populosas, ou mais pobres e, portanto, menos “bachareladas” – para ser bem sincero e contundente – não passariam de meras marionetes.
Lembremo-nos que nossa instituição tem as mesmas virtudes e os mesmos defeitos de todas as outras. Mas isso não autoriza a que cada qual dos seus integrantes tenha “carta branca” para cometer desatinos.
Não existe a instituição perfeita!
Exceção feita – e ainda assim, talvez – do Conselho dos Anjos celestiais…”