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Nova Constituição no Chile

Os chilenos optaram neste domingo (25) por esmagadora maioria mudar a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet e redigir uma nova por meio de uma Assembleia Constituinte, após uma vitória eleitoral que desencadeou a alegria nas ruas de todo o país.

“O Chile acordou, o Chile acordou!”, gritavam as milhares de pessoas que se reuniram na Plaza Italia de Santiago para comemorar a vitória com 77% dos votos da opção “Aprovo” a mudança constitucional, contra os 22% obtidos pela alternativa “Rejeito”, quando 53% dos votos tinham sido apurados.

Mais de 14,7 milhões de chilenos foram convocados a votar. Com a população usando máscaras e com a esperança de uma mudança, longas filas foram observadas nos centros de votação, onde o processo transcorreu sem incidentes, respeitando as medidas sanitárias para evitar a propagação da covid-19.

No plebiscito, os chilenos também optaram de forma esmagadora, com 79% dos votos, por uma convenção constituinte composta inteiramente por membros eleitos pelo voto popular para redigir a nova Constituição. A outra alternativa era uma convenção mista, da qual parlamentares em exercício também participariam.

O plebiscito deste domingo, inicialmente previsto para abril, mas adiado devido à pandemia, foi decidido após um amplo acordo político alcançado em novembro do ano passado, quase um mês após o início, em 18 de outubro de 2019, de protestos sociais violentos que explodiram por todo o país após o aumento das tarifas do metrô de Santiago.

Uma semana depois, em 25 de outubro, ocorreu o maior protesto já feito na era democrática no país. Mais de 1,2 milhão de pessoas se reuniram em torno da Plaza Italia de Santiago, uma demonstração da profundidade e amplitude do descontentamento social acumulado em décadas em um país considerado um modelo de crescimento econômico e de estabilidade na América Latina. (Yahoo)