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Quando um ídolo se vai

O artigo “Quando um ídolo se vai” é de autoria do ex-jogador do Fluminense, Flamengo e Santa Cruz, de Recife, José Roberto Padilha:

“Quando perdemos o Senna, perdemos o rumo. As manhãs de domingo se tornaram sexta-feira treze. Perdemos o encanto, o orgulho de ser brasileiro e nunca mais vimos nossa bandeira tremular junto ao nosso peito em tamanha sintonia.

Agora, o idolo da minha geração de canhotinhos baixinhos, que jogavam futebol, nos deixa. Nem sei que quarta-feira de cinzas é essa que nos deixa tão triste.

Porque Maradona, a cada arrancada, cada drible ou gols de falta que marcava nos mantinha em cena. Pois pra jogar tênis, basquete, voleibol, natação, então, tinha que ter asas de albatroz, você precisava ser cada vez mais alto.

No futebol, ele provou que enquanto a bola corria nos gramados, e não voava, quanto mais perto do coracao e do cérebro estivesse seria mais rápido o raciocínio. Se subisse muito, ele iria no segundo andar e daria um toque sutil e marcaria um inacreditável gol “de cabeça” em uma Copa do Mundo.

Graças ao seu talento, foi possível manter Messi em cena, Neymar encantando o mundo e até a habilidade de Sotero, com 1,60, foi possível permanecer em campo nos concedendo espectáculos à parte. Por ele, Maradona, me liguei à Argentina. Mais do que poderia. Fui Peron, desprezei Videla, assisti Evita e por pouco não me alistei para lutar contra os ingleses nas Malvinas.

Por ele, chorei ao ouvir Don’t cry for me Argentina. Por ele, passei a gostar ainda mais de futebol.”