A artista plástica franco-brasileira, Marie Anne Antoinette Hélène Peretti, conhecida como Marianne Peretti, a mais importante vitralista do Brasil e a única mulher a integrar a equipe de artistas da construção de Brasília, está completando 93 anos de idade. Apesar de não ser muito citada e homenageada como deveria na capital da República, sua obra está eternizada, entre outros, nos vitrais da Catedral e num painel do Salão Verde do Congresso Nacional. Hoje ela vive em Recife
Filha da modelo francesa Antoinette Louise Clotilde Ruffier e do historiador pernambucano João de Medeiros Peretti, Marie Anne Antoinette Hélène Peretti nasceu em Paris, França, no dia 13 de dezembro de 1927. Cresceu e foi educada em Paris, tendo sido expulsa do Lycée Molière e do Lycée Victor Duruy por fugir da escola para pintar. Ainda lá, estudou desenho e pintura, como a aluna mais jovem, com 15 anos, na École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs e depois foi para a Académie de La Grande Chaumiére, em Montparnasse, onde foi aluna de Édouard Goerg e de François Desnoyer; fez sua primeira exposição individual na Gallerie Mirador. Marianne Peretti e Salvador Dalí em Parisna primeira exposição da artista, 1952.
Veio morar em definitivo no Brasil em 1956, onde passou a desenhar e pintar pelo Ceará, Pernambuco e Bahia. Participou da 5ª Bienal em São Paulo, onde ganhou o prêmio de melhor capa pelo livro, As Palavras, de Jean-Paul Sartre. Realizou várias exposições, individuais e coletivas, em Paris, São Paulo, Olinda, Rio de Janeiro e outras cidades.Também executou esculturas, vitrais e relevos para edifícios públicos e residências particulares, em grandes cidades do Brasil, especialmente São Paulo, Brasília e Recife, e países da Europa, principalmente França e Itália.
Oscar Niemeyer conheceu o trabalho dela já no Brasil, em um vitral feito para a arquiteta Janete Costa, ele a convidou para participar de seus projetos. A partir de então, passou a se concentrar mais nessa arte. Sobre a construção da capital nacional Niemeyer afirmou certa época: “Era tudo de repente e tudo muito rápido, porque a cidade estava sendo inventada e tínhamos de nos adaptar a esse ritmo, de fazer o melhor em pouco tempo”. O primeiro vitral foi o da capela do Palácio do Jaburu.
Principais obras da vitralista:
Capela do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF/5ª) – Recife, Pernambuco.
Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) – Recife, Pernambuco.
Memorial da Cabanagem – Belém, Pará.
Memorial Teotônio Vilela – Maceió, Alagoas.
Edifício do Grupo Burgo – Turim, Itália.
Murais e esculturas
Escultura em bronze, no hall de entrada da Escola de Contas Públicas Professor Barreto Guimarães, do TCE-PE. – Recife, Pernambuco.
Escultura em ferro da Assembleia Legislativa do Piauí – Teresina, Piauí.
Escultura em bronze do Teatro Nacional Cláudio Santoro – Brasília, Distrito federal.
Escultura da biblioteca do Memorial da América Latina – São Paulo, São Paulo.
Escultura para o Le Volcan (Centro Cultural Le Havre) – Le Havre, França.
Escultura para a Editora Mondadori – Milão, Itália.
Painéis esculturais do Senado Federal – Brasília, Distrito federal.
Mural do Museu do Carnaval – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Mural da Câmara Sindical de Eletricidade – Paris, França.