A presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, integrou a mesa virtual de abertura do Seminário Nacional da Promoção da Igualdade da OAB e Segurança Pública, promovido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB). Segundo ela, “O Brasil maltrata constantemente a sua própria história, que abriga figuras inspiradoras que arriscaram suas vidas em defesa de causas extremamente importantes”, afirmou Rita Cortez. A advogada citou Esperança Garcia, escrava que vivia no Piauí e, em 1770, escreveu uma carta ao governador do estado, denunciando maus-tratos. Por esse ato, ela foi reconhecida pela OAB/PI, em 2017, com o título simbólico de primeira advogada do estado. “Muitos não conhecem essa história”, criticou a presidente do IAB.
Participaram da abertura o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) André Fontes, presidente da Comissão de Filosofia do Direito do IAB, e o presidente da Comissão da Igualdade Racial, Humberto Adami. “Destaco a iniciativa da presidente Rita Cortez, que recriou a Comissão de Igualdade Racial, que havia sido extinta em uma gestão anterior”, disse André Fontes, que também integra a comissão. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, também participou da abertura. O evento teve o objetivo de viabilizar uma ampla interlocução entre a CNPI, profissionais da área de segurança pública, presidentes das Comissões da Igualdade das Seccionais da OAB e representantes da sociedade civil.
Rita Cortez comentou as consequências da combinação entre racismo e machismo. Segundo ela, “é preciso dar visibilidade às lutas contra o racismo e o machismo, pois a mulher negra enfrenta, incomparavelmente, muito mais dificuldades na ocupação dos espaços no mercado de trabalho”. A advogada trabalhista falou ainda da violência relacionada às duas questões e lembrou que, há duas semanas, completaram-se três anos da morte de Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes. “Até hoje não houve esclarecimento a respeito dos mandantes do crime”, criticou.
Também integraram a mesa virtual os ex-presidentes nacionais da OAB, Cezar Britto e Ophir Cavalcante.