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“Eu só preciso do amor de meu pai”

“Sempre tive o desejo de ter uma relação afetuosa com meu pai”. Foi com esse sentimento que a jovem Ramona Silva, de 18 anos, procurou o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP) para reestabelecer os laços afetivos com o pai José Francisco de Melo. Ela foi atendida pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), que desempenha um papel que vai além da realização de audiências processuais e pré-processuais. Por meio do diálogo, a equipe de conciliadores contribui também com a reconstrução de laços afetivos.

Emocionada, a jovem reforçou o motivo de ter comparecido à audiência para se reaproximar de seu pai. “Eu sempre disse que não preciso da pensão, mas sim de amor paterno. E esse momento aqui no CEJUSC contribuiu para que tivéssemos uma conversa para estabelecer esse laço de amor e união. A minha história pode estimular outras pessoas que passam pela mesma situação, por isso quis compartilhar com todos. Procure seu pai, independente de onde ele estiver, porque amanhã pode ser tarde demais”, sugeriu a jovem.

“Perdemos tanto tempo longe um do outro, sem nos conhecermos. Então, esse momento foi muito importante para restabelecer essa conexão. Agora não podemos perder nem mais um minuto”, disse emocionado, o pai José Francisco.

“Acreditamos muito na conciliação por meio da mediação, na construção de acordos e convivência entre as partes. Por isso, incentivamos esses procedimentos para que, de fato, esses laços afetivos sejam fortalecidos cada vez mais”, declarou a advogada Elcivana Vales Araújo, que participou da audiência acompanhando o senhor José Francisco.

A supervisora do CEJUSC 2º Grau, Nilce Helena, que atuou como conciliadora na sessão entre pai e filha, explicou que na primeira a mãe de Ramona compareceu sozinha, informando que queria regularizar o pagamento da pensão alimentícia e que o pai desse mais atenção à filha. “Ao identificar que ela era maior de idade percebemos que deveríamos conversar com ela diretamente, assim marcamos a segunda sessão. No início, perguntamos para ela qual era a necessidade dela nesse momento, e ela nos surpreendeu quando disse: ‘Eu só preciso do amor do meu pai’. A partir daí iniciamos o trabalho de conciliação”, relatou Nilce.