Membro da Comissão de Criminologia do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), a professora Lenice Kelner, da Universidade Regional de Blumenau (Furb), afirmou: “O cárcere é um cemitério de pessoas vivas”. Para a advogada e acadêmica, “todos os estudantes de Direito, que serão os futuros advogados, defensores públicos, membros do Ministério Público, juízes e desembargadores, deveriam ir às penitenciárias para ver como vivem os presos brasileiros, especialmente as mulheres, muitas delas encarceradas com os seus filhos pequenos”.
“A situação carcerária no Brasil é uma afronta à dignidade da pessoa humana”, afirmou a presidente nacional do IAB, Rita Cortez, na abertura do webinar. Os debates foram mediados pela diretora de Biblioteca e presidente da Comissão de Criminologia, Marcia Dinis. Ela destacou que “o lançamento da obra se dá não somente no mês comemorativo à mulher, mas no Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial, o que torna o momento ainda mais relevante, tendo em vista que os corpos pretos são as maiores vítimas do contingente carcerário”. A advogada ressaltou ainda que “as mulheres negras representam mais de 80% da população carcerária feminina”