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Sai Irineu Marinho e entra Roquette Pinto

Poucos sabem ou se lembram que o bairro da Urca, no Rio de Janeiro, já teve uma rua em homenagem a Irineu Marinho Coelho de Barros, nascido em Niterói (19.07.1876/21.08.1925) e pai do também jornalista Roberto Pisani Marinho, das Organizações Globo, falecido em em agosto de 2003. O nome da rua foi trocado pelo nome do pai da radiodifusão no Brasil, Edgard Roquette-Pinto. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Roquette-Pinto nasceu no Rio de Janeiro em 25 de setembro de 1884, vindo a falecer em 18 de outubro de 1954), na mesma cidade onde nasceu. Foi médico legista, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e ensaísta brasileiro. Criador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com o intuito de difundir a educação por este meio, por volta de 1923.

No ano que comemorou o I Centenário da Independência do Brasil, ocorreu no Rio de Janeiro, por ser, na época, a capital federal, uma grande feira internacional, que recebeu visitas de empresários americanos trazendo a tecnologia de radiodifusão para demonstrar na feira, que nesta época era o assunto principal nos Estados Unidos. Para testar o novo meio de comunicação, os americanos instalaram uma antena no pico do morro do Corcovado (onde atualmente é o Cristo Redentor). A primeira transmissão radiofônica no Brasil foi um discurso do presidente Epitácio Pessoa, que foi captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores. A reação de Roquette-Pinto a essa tecnologia foi: “Eis uma máquina importante para educar nosso povo”.

Depois da primeira transmissão no Brasil, em 1922, Roquette-Pinto tentou convencer o governo federal a comprar os equipamentos apresentados na Feira Internacional. Para o bem da comunicação do Brasil, Roquette-Pinto não desistiu, e conseguiu convencer a Academia Brasileira de Ciências a comprar os equipamentos. Foi criada a primeira rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1922, e dirigida por Roquette-Pinto – atual Rádio MEC. Em 1936, doou a rádio ao governo brasileiro, especificamente ao Ministério da Educação, transformando-a na Rádio MEC.