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Neto de Cora Coralina chega aos 80 anos

Um dos 13 netos de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a saudosa poetisa Cora Coralina, o advogado, jornalista e professor Flávio de Almeida de Oliveira Salles completa hoje (28.04) 80 anos. Estudou na UnB, onde se formou em Direito, e no UNICEUB. É inscrito na OAB-DF com o número 1303. Em sua brilhante carreira, Flavio Salles trabalhou como jornalista na sucursal de Brasília da Folha de São Paulo entre 1960 e 1985. Foi assessor parlamentar; Adjunto da Presidência da Republica em 1985, chefe de Gabinete do Ministro da Justiça Paulo Brossard em 1986, Representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) junto aos governos do Paraguai e do Equador; secretário geral da Presidência do Supremo Tribunal Federal na gestão do Ministro Celso de Melo; professor de Direito no Centro Ensino Universitário de Brasília – UNICEUB entre 1996 e fevereiro de 2018.

Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889 na Cidade de Goiás, na Província de Goiás, vindo a falecer em Goiânia no dia 10 de abril de 1985. Poeta e doceira goiana, conhecida no cenário literário nacional e internacional com o pseudônimo de Cora Coralina, foi levada à escola aos cinco anos de idade e cursou somente dois anos escolares. No entanto, as primeiras composições, a partir dos seus 14 anos, compuseram uma obra repleta de marcas memorialísticas, autobiográficas e gastronômicas intimamente relacionadas. Por força dos costumes da época, segundo os quais a mulher letrada, afeita à escrita, não dava boa dona de casa, Coralina viu-se impedida de continuar seus estudos, sendo encerrada no lar para o adestramento necessário e o proveito como mão de obra doméstica.

Sua avó é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

Cora Coralina, era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de dona Jacyntha Luiza do Couto Brandão. Ela nasceu e foi criada às margens do Rio Vermelho. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa (Goiás).

Em 1911, foi para o estado de São Paulo com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, que exercia o cargo de Chefe de Polícia, equivalente ao de secretário da Segurança, do governo do presidente Urbano Coelho de Gouvêa – 1909 – 1912, onde viveu durante 45 anos, inicialmente no município de Jaboticabal onde nasceram seus seis filhos: Paraguaçu, Eneas, Cantídio, Jacyntha, Ísis e Vicência. Ísis e Eneas morreram logo depois de nascer. Em 1924, mudou para São Paulo. Ao chegar à capital, teve de permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade.

Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, cidade que atualmente, mantém uma casa da cultura com seu nome, em homenagem. Em 1956, retorna a Goiás.

Cora Coralina faleceu em Goiânia, aos 95 anos, de pneumonia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.