Vítimas de violência doméstica e em situação de rua denunciam maus-tratos na Casa de Passagem para Mulheres de Florianópolis desde 2018. O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), então, abriu um inquérito no fim de abril deste ano para apurar se houve omissão da prefeitura sobre a conduta da servidora Scheila Fragoso Thomé, que coordenou o espaço de 2017 a 2019.
“Ela gritava, era mandona, terrível. Todo mundo tinha medo dela. Não tinha dó, piedade nem compaixão por ninguém.” Assim é como Ana*, que passou cerca de um ano na Casa, se refere à acusada em relato. Segundo ela, todas as acolhidas viviam sob ameaças constantes de serem expulsas do local, que recebe mulheres e filhos vítimas de violência doméstica. As constantes intimidações incluíam ameaças de que as crianças poderiam ser retiradas das acolhidas e enviadas ao Conselho Tutelar. Todas deveriam seguir as regras rígidas impostas por Scheila, sem reclamar do tratamento recebido.
Em nova denúncia, o MPSC foi informado que, de dezembro de 2021 a fevereiro deste ano, a investigada foi chamada para trabalhar nos plantões da instituição. Essa foi uma das razões que motivaram o recente inquérito aberto na 12ª Promotoria de Justiça da Capital.