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Ivan Lins é nome de rua na Barra da Tijuca. Mas não é o cantor

Quem chega na Barra da Tijuca, procedente do Leblon e São Conrado – passando pelos dois túneis – fica confuso quando lê o nome da rua estampada em várias placas: rua ministro Ivan Lins. Por que? Todos, com a fisionomia de espanto, garantem que não sabiam que o cantor, pianista e compositor Ivan Lins tinha sido ministro antes de explodir com várias músicas de sucesso como Madalena, interpretada até pela saudosa e genial Elis Regina.

Na verdade, os nomes são iguais mas os sobrenomes são diferentes. O cantor, que foi casado com a também cantora IvanLucinha Lins, se chama Ivan Guimarães Lins, nascido no Rio de Janeiro em 16 de junho de 1945 e é formado em Química Industrial. Já o nome da rua na Barra da Tijuca, próxima à estação final do metrô, foi dado em homenagem a
Ivan Monteiro de Barros Lins, mineiro de Belo Horizonte, nascido em 16 de abril de 1904. Por coincidência, o o ex-presidente do Tribunal de Contas da União – nomeado ministro na Era Vargas – morreu no Rio de Janeiro trintaanos depois do nascimento do cantor, dia 16 de junho de 1975. Ele foi jornalista, professor, pensador, ensaísta e conferencista brasileiro.

O homenageado na Barra da Tijuca era filho do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Edmundo Pereira Lins e de Maria Leonor Monteiro de Barros Lins. Estudou no Colégio Anglo-Americano e no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1917, onde formou-se em medicina, em 1930, já adepto do positivismo. Foi um dos maiores defensores e divulgadores da filosofia p ositivista no Brasil, tornando-se assíduo conferencista e articulista em diversos jornais. Foi secretário da Estação Experimental de Combustíveis e Minérios, em 1932. Em 1937, tornou-se professor de história da filosofia da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil.

Durante a Era Vargas, foi nomeado ministro do Tribunal de Contas da União, do qual foi presidente. Integrou uma representação cultural brasileira, no Uruguai, em 1940. Eleito em 7 de agosto de 1958, em sua segunda candidatura (perdeu a primeira para Menotti del Picchia), foi o terceiro ocupante da cadeira 1, que tem por patrono Adelino Fontoura, na sucessão de Afonso d’Escragnolle Taunay. Foi recebido pelo acadêmico Rodrigo Octavio Filho, em 12 de novembro de 1958. Recebeu os acadêmicos Hermes Lima, Aurélio de Lyra Tavares e Paulo Carneiro.