Amanhã, terça-feira- (05.jul.2022), o assassinato do jornalista esportivo Valério Luiz de Oliveira, da Rádio Jornal 820 AM (atual Rádio Bandeirantes), em Goiânia, completa dez anos sem julgamento. Até hoje os acusados de envolvimento no brutal assassinato não foram a julgamento pela justiça goiana que já adiu quatro vezes o julgamento. As investigações da Polícia Civil de Goiás concluíram que o crime foi encomendado pelo então cartorário e ex-vice-presidente do Atlético Clube Goianiense, Maurício Borges Sampaio, devido a críticas feitas pelo jornalista à diretoria do time.
Em 5 julho de 2012, Valério Luiz havia deixado a Rádio Jornal 820 AM, após a gravação do programa “Jornal de Debates”, por volta de 14h, quando um homem numa moto desferiu-lhe seis disparos de arma de fogo. O jornalista morreu logo depois. Além de Sampaio, são acusados o cabo da Polícia Militar Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, que seria o autor dos disparos, e Marcus Vinícius Pereira Xavier, Urbano de Carvalho Malta e o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, que teriam articulado o homicídio. A Polícia finalizou o inquérito e indiciou os acusados, e o Ministério Público do Estado de Goiás os denunciou por homicídio duplamente qualificado em fevereiro de 2013, mas uma série de eventos adiou o júri popular.
Valério Luiz de Oliveira era comentarista de esportes havia mais de 30 anos, a exemplo de seu pai, o também radialista e jornalista esportivo Manoel de Oliveira. Segundo seu filho, Valério era conhecido como “o mais polêmico do rádio”, “por não medir palavras nas ácidas críticas que dirigia às gestões dos cartolas goianos; citava nomes e fatos concretos, fugindo dos comentários genéricos adotados por outros profissionais”. Desde 2010, o jornalista vinha publicando críticas à gestão do Atlético Clube Goianiense, abrangendo desde casos de compra de resultados até uso de drogas entre jogadores. Tinha 49 anos quando morreu.