O “Cordel do Idoso Esperto” foi apresentado ao grupo de dosas moradoras do conjunto Marcos Freire I, em Nossa Senhora do Socorro. A ação foi organizada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Marcos Freire, em parceria com o Instituto Mangaliza.
“Eu sou uma pessoa muito controlada com as finanças, não gosto de empréstimo, não uso muito o cartão e quando tenho muitas compras, eu paro de comprar. Mas a gente precisa estar esperta, conhecer as maneiras como as pessoas tentam tirar dinheiro de nós, idosos. Precisamos estar preparadas e esses atores tão divertidos trouxeram muita informação”, falou a aposentada Idalice dos Santos relatando que, no ano passado, foi vítima de um golpe.
O projeto visa promover a educação financeira entre o público idoso. No ano de 2018, o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) realizou uma pesquisa durante o Mutirão do Limpa Nome e identificou que existia um perfil significativo de endividados entre pessoas com mais de 50 anos. Na apresentação feita pela ‘Eitcha Companhia de Teatro’ são encenadas situações relacionadas com o superendividamento de forma lúdica e divertida.
“Nosso objetivo é falar sobre educação financeira com dicas para que o idoso cuide do seu dinheiro de forma mais controlada. Existem muitas propagandas, créditos facilitados para empréstimos a juros altíssimos que são direcionados especificamente para esta parte da população e o Cordel do Idoso Esperto vem com a proposta de orientar para minimizar os impactos do superendividamento entre a população idosa”, explicou Heloísa dos Santos, assistente social e supervisora de Atendimento ao Público e Cidadania do Cejusc Aracaju, que, após a apresentação do cordel, conversou com as idosas sobre o tema.
“O idoso bem esperto ele fica sempre atento; vira e mexe tem um golpe, uma fraude, um tormento e quando for ao banco tem que ter discernimento!”, é uma das inúmeras orientações apresentadas no “Cordel do Idoso Esperto”. A aposentada Ana Damiana de Jesus riu muito com o teatro e concordou com as dicas. “Nós que temos mais idade precisamos desse reforço, dessa sabedoria para que outros não nos enganem. Eu não sei ler e dependo muito da minha filha, mas quando recebo essas ligações já sei que é golpe”, afirmou espertamente.
As idosas são assistidas pelo Instituto Mangaliza que há 10 anos realiza ações com este público em Nossa Senhora do Socorro, por meio do projeto Sociocultural Mangaliza. “Reunimos esse grupo de 50 idosas no Instituto Mangaliza, as Guerreiras da Melhor Idade e ofertamos atividades relacionada à capoeira, como o maculelê, o samba de roda, o puxada de rede. Dessa forma, nós estamos promovendo inclusão, porque a sociedade tende a deixar o idoso isolado socialmente.
No Mangaliza, elas estão em movimento com mais qualidade de vida, incluídas em projetos e esta parceria com o Fórum do Marcos Freire, com o Cejusc, traz educação de forma divertida. Muitas das nossas idosas sustentam a família e sei que elas utilizarão as dicas com muita sabedoria”, avaliou o mestre Mangaliza José Roberto de Santana, responsável pelo Instituto.