Direito Global
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Tiroteios nas escolas

O artigo Tiroteio nas escolas é de autoria do jornalista Sergio Garschagen:

Há alguns anos, quando assistíamos nas TVs os casos de tiroteios em escolas dos EUA, nunca imaginaríamos que estas cenas de violência juvenil chegariam ao Brasil. Bem, chegaram! A gente copia até as merdas de lá!
Cada um que pense e teorize o que bem quiser, mas em minha modesta opinião há três razões básicas para explicar estes fatos: 1) a falta de capacidade de muitos pais atuais em impor limites aos seus filhos; 2) a perda de autoridade das escolas e dos professores ( consequência ampliada do item 1 ) e, 3) a moda dos jogos eletrônicos violentos, em que matar é ato simples e sem consequência.

A educação formal é obrigação dos pais, mas, infelizmente, esta atribuição tem sido relegada na vida moderna, principalmente por pais despreparados que temem traumatizar os seus rebentos. Muitos acham que os professores além de ensinar, devem educar. Mas os mestres sofrem também os abusos de uma geração sem limites.

Testemunhei um exemplo típico de filho sem respeito, há alguns anos, durante um almoço em um restaurante, em Brasília. Quando o meu filé com fritas chegou, um menino de uns dez anos de idade levantou-se da mesa ao lado e caminhou em minha direção. Pensei que ele fosse me perguntar alguma coisa, mas nada disso. O moleque, sem dizer nada, na maior cara de pau, enfiou a mão no prato das batatas fritas e levou uma mãozada para a sua mesa. Pior: para minha surpresa os pais sorriam, com cumplicidade, da cara de pau do filho.

Ainda atônito, levantei-me, levei o prato de batatas fritas para a mesa deles e disse claramente ao casal: “vocês vão pagar a minha refeição, estragada por este menino”. Chamei o maitre, contei o caso e pedi que ele apresentasse a conta ao casal. A mãe ainda quis protestar, mas nem dei papo. Fosse uma criança de uns três anos de idade, claro que eu levaria isso em consideração, mas um pré-adolescente? Era um pré-marginal típico.

Os professores de antigamente tinham autoridade sobre os estudantes. Hoje apanham dos alunos. E se brigam com eles e os punem, perdem a razão. Os pais reclamam dos castigos impostos aos seus pequenos marginais!
Por último, falo dos jogos de guerra nos celulares, em que a meninada manipula armas e tanques militares e atira para valer e matar os inimigos, sem qualquer consequência.

Fico a pensar sobre a possibilidade de estes meninos levarem para a vida real esta solução simplista, em que matar os ‘adversários’ na escola ( aqueles que fazem bullying ) resolve os problemas.

Há uma parcela da atual geração a criar meninos(as) sem limites e que não toleram ouvir um não, o que os chateiam e os deixam frustrados. Nunca aprenderam a conviver com pequenas frustrações. Agem como nos seus jogos, em que a matança não tem qualquer consequência.

Ainda me lembro de um menino americano, causador de mortes em sua escola, que na delegacia da cidade simplesmente perguntou aos policiais, sem ter a mínima noção da dor que causara a diversas famílias, “quando é que minha mãe virá me buscar e me levar para casa?”.

Nenhuma empatia com os próximos.”