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Há 93 anos governador da PB matava João Pessoa em uma Confeitaria

No próximo dia 26 de julho, hà 93 anos, era brutalmente assassinado com três tiros à queima-roupa na confeitaria Gloria na rua Nova, em Recife (PE), o político do então Partido Republicano da Paraíba, o governador da Paraíba João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. O assassino foi o advogado paraibano João Dantas. Apesar de não ter sido por motivos políticos mas sim passionais, sua morte acabou sendo usada pelos apoiadores de Getúlio Vargas contra seu opositor Júlio Prestes, que havia ganho as eleições em março, deflagrando vários protestos políticos. Segundo Getúlio, as eleições haviam sido ganhas por Prestes de forma fraudulenta. Essa situação política, somada à crise financeira decorrente da depressão econômica mundial iniciada em 1929, terminaram por desencadear a Revolução de 1930. Foi em sua homenagem que a partir do dia 4 de setembro de 1930, a capital do estado da Paraíba, antes denominada de “Cidade da Parahyba”, passou a se chamar João Pessoa.

Filho de Cândido Clementino Cavalcanti de Albuquerque e Maria de Lucena Pessoa (irmã do ex-presidente da República Epitácio Pessoa), João Pessoa fez seus primeiros estudos em Umbuzeiro, onde nasceu em 24 de janeiro de 1878. Em 1889 foi levado para a cidade de Guarabira, no brejo paraibano, por sua tia paterna, Feliciana Cavalcanti de Albuquerque Paes Barreto casada com o capitão do exército Emílio Barreto. Com a transferência do tio para o Rio de Janeiro foi morar na capital federal, mudando em seguida para o estado da Bahia. Em 1894, João Pessoa volta a Paraíba, ingressa no Lyceu Paraibano e incorpora voluntariamente no 27º Batalhão de Infantaria. Após várias mudanças, chega ao Recife onde graduou-se como bacharel em Direito na Faculdade de Direito do Recife em 1904. Passou algum tempo de sua vida nos estados do Rio de Janeiro e do Pará. Em 1905 casa-se com Maria Luísa de Sousa Leão Gonçalves, filha do senador, ex-governador e desembargador Sigismundo Antônio Gonçalves. Foi Ministro civil do Superior Tribunal Militar, do qual se aposentou para candidatar-se a presidente do estado da Paraíba.

Quando ainda presidente do estado da Paraíba, já candidato a vice-presidente da República, foi assassinado no centro do Recife, na Rua Nova, precisamente na Confeitaria A Glória, por João Duarte Dantas, seu adversário político, jornalista, cuja residência fora invadida por elementos da polícia, supostamente a mando de João Pessoa, que culminou com a publicação nos jornais da capital do estado de cartas íntimas trocadas com a professora Anaíde Beiriz. Seu corpo foi embalsamado no Recife e transportado para a capital paraibana por via férrea, onde chegou ao meio-dia do dia 28 de julho. O esquife ficou exposto à visitação pública na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves até o dia 1 de agosto, quando foi transportado ao porto de Cabedelo para ser sepultado no Rio de Janeiro.

No ano de 1997 as cinzas do presidente João Pessoa e de sua esposa, Maria Luíza, foram transportadas para a capital paraibana e colocadas em um mausoléu construído entre o Palácio do Governo e a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba. A cidade de João Pessoa é assim denominada em sua memória. Antes chamada “Parahyba”, a capital teve o seu nome alterado, logo após o assassinato do presidente, fato histórico que levou Getúlio Vargas ao poder.