Em Roraima o mundo jurídico já comenta com muita frequência nos bastidores que a advogada e ex-deputada federal Joênia Wapichana – primeira mulher indígena eleita deputada federal – será indicada em outubro próximo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga da atual presidente do STF, ministra Rosa Weber e que se aposentará por atingir a idade-limite de 75 anos para permanência no serviço ativo. Formada em Direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) em 1997 e com Mestrado em Direito Internacional pela Universidade do Arizona em 2011, Joênia nasceu em Boa Vista no dia 20 de abril de 1973 (está com 50 anos) e foi registrada em cartório com o nome de Joênia Batista de Carvalho. No entanto, com o passar do tempo ela adotou como sobrenome sua etnia. Segundo estimativas não oficiais, há mais de 3,5 mil indígenas wapichana no norte do país.
Joenia nasceu na comunidade indígena Cabeceira do Truarú, localizada na etnoregião Murupú e na zona rural do município de Boa Vista. É de etnia Wapixana (um grupo étnico aruaque). Aos 8 anos de idade, deixou a comunidade onde nasceu e mudou-se com a mãe para a sede municipal (área urbana) de Boa Vista. Falante nativa da língua uapixana, aprendeu o português e começou a se interessar pelos estudos na capital roraimense. Depois de concluir o ensino médio, passou a trabalhar em um escritório de contabilidade durante o dia, enquanto cursava direito à noite.
Atuou na demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, além de trabalhar no departamento jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e na defesa de direitos de índios à posse de suas terras na Região Norte do Brasil. Foi a primeira presidente da Comissão de Direitos dos Povos indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), criada em 2013. Nas eleições de 2018, foi eleita à Câmara dos Deputados por Roraima, pela Rede Sustentabilidade. Como advogada, Joênia Wapichana se dedica à defesa das causas dos povos indígenas, como a demarcação de terras, a preservação da cultura, mais atenção para saúde e educação para as etnias. Durante a última campanha eleitoral ela não conseguiu se reeleger para a câmara dos deputados mas defendeu pautas ambientalistas e de centro-esquerda e apoiou abertamente a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
O último ministro do Supremo nascido na região norte do pais foi o ex-presidente da Corte (1981 a 1983), Xavier de Albuquerque. Ele nasceu em Manaus em 3 de janeiro de 1926, vindo a falecer em 9 de abril de 2015. Antes de ir para o STF, Xavier de Albuquerque trabalhou no Banco do Brasil e foi Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil — Secção do Amazonas (1955-1957), e reeleito, sucessivamente, até o biênio 1962-1964. Foi também Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil — Seção do Distrito Federal, eleito para o biênio 1967-1969. Nomeado ministro do STF em decreto de 17 de abril de 1972, do Presidente Emílio Garrastazu Médici, na vaga decorrente da aposentadoria do Ministro Adalicio Coelho Nogueira. Entrou com pedido de aposentadoria em fevereiro der 1983.

