Por Irineu Tamanini: Liguei para o meu velho amigo Sebastião Coelho, desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, ex-presidente da Associação dos Magistrados do DF e hoje atuando na advocacia e disse: “duas situações que jamais imaginei assistir na minha vida de repórter. São 47 anos vivendo diariamente o mundo político e jurídico da capital: ver a Seleção Brasileira levar sete gols da Alemanha em um jogo de Copa do Mundo (2014 no Mineirão) e agora em 2023 quando você diz na frente dos onze ministros, ao vivo, que eles são “as pessoas mais odiadas deste país”.
Natural de Santana de Ipanema/AL, Sebastião Coelho da Silva ingressou na magistratura do Distrito Federal como Juiz de Direito Substituto, em outubro de 1991. Já como Juiz de Direito titular, exerceu a função na Vara Criminal do Tribunal do Júri de Planaltina, da Auditoria Militar do DF, na Vara de Execuções Penais do DF e na 2ª Vara de Precatórias. Em 2013, foi eleito para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O jurista se aposentou do cargo de desembargador do TJDFT e renunciou à função de vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) em setembro de 2022, em protesto após o ministro Alexandre de Moraes tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na ocasião, ele criticou o discurso de Moraes em sua posse no TSE e disse que o ministro fez uma “declaração de guerra ao país”. “O seu discurso é um discurso que inflama, é um discurso que não agrega e eu não quero participar disso”, declarou na época. Nesta quarta (12), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a abertura de uma reclamação disciplinar contra o desembargador e a quebra de sigilo bancário para apurar se houve financiamento por parte do advogado aos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro. O processo do CNJ é referente a uma fala do desembargador proferida no dia 20 de novembro do ano passado em que ele defendeu a prisão de Moraes. “A solução será prender Alexandre de Moraes. E eu dou base legal para isso”, declarou Sebastião Coelho no QG do Exército, em Brasília, no ano passado.