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Rosa Weber pode ser nomeada no Ministério da Justiça

O presidente Lula vai aguardar o Senado aprovar o nome de Flavio Dino para o STF para anunciar o nome de uma mulher para o seu lugar no Ministério da Justiça. Lula ainda estuda os nomes mas o mais cotado no momento é da ex-presidente do STF, ministra aposentada Rosa Weber. Ela tem o apoio de dois importantes ministros do STF: Luís Roberto Barroso, atual presidente, e Alexandre de Moraes, com quem fez uma oração e os presos do ‘8 de Janeiro’. Ainda de acordo com ela, Moraes teria sido “muito aplaudido” pelos presos.

Apesar de ser oriunda da justiça trabalhista, desde que iniciou o seu mandato de presidente do mais importante tribunal do país, Rosa Weber deu atenção especial, juntamente com seu vice-presidente, Luís Roberto Barroso, à questão da violência no país. Visitou inúmeros presídios e defendeu com unhas e dentes a Lei Maria da Penha.

Na fase final de sua permanência no Supremo, Rosa Weber inaugurou nova edição do mutirão carcerário nos presídios brasileiros. O programa terá duração de um mês, período em que devem ser revisados mais de 100 mil processos criminais para verificar a situação de detentos.

Em sua primeira visita a Belo Horizonte, a então presidente do STF alegou estar preocupada com o problema de superlotação do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), no bairro Gameleira, na Região Oeste da capital.

Rosa Weber visitou no cargo de presidente do STF o Complexo Prisional do Curado, no Recife (PE), local composto por 3 unidades prisionais que levaram o Brasil a ser condenado pela CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) por superlotação.

A ex-presidente do STF deu também especial atenção em seu mandato aa importância da Lei Maria da Penha. Ela defendeu uma nova fase em prol das ações afirmativas em favor da mulher brasileira, mas destacou a necessidade de se ir além, diante da “agudização da violência contra as mulheres em alarmantes proporções”.

Para demonstrar a gravidade da situação da violência contra mulheres, a ministra citou dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, relativos a feminicídios ocorridos entre 2020 e 2021. No período, 2.695 mulheres foram assassinadas no âmbito doméstico, sendo que 62% das vítimas eram negras. Para Rosa, esses dados “desnudam a face da dupla discriminação que sofrem as mulheres negras, evidenciando o racismo estrutural de nossa realidade”.O