Direito Global
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Luis Carlos Moro e os Direitos Humanos

Do advogado trabalhista e master em diálogo social na Europa pela Universidade Castilla-La Mancha e membro da Associação Americana de Juristas, Luís Carlos Moro:

Em uma mensagem de 1 minuto e 46 segundos, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, nos apresenta o quadro atual do mundo. E é difícil. Vale a pena ver. Relembra-nos que 10 de dezembro foi dia dos direitos humanos. Três quartos de século depois da Declaração Universal, os Direitos Humanos seguem à procura de sua concretização.

Coincidência ou não, dois dias antes, no dia 8, no Brasil, é dia da Justiça. Concretizá-los, justiça e direitos humanos, parece para um lugar além do horizonte. Um objetivo permanente e inalcançável.

A tarefa não é da ONU. É nossa. E sua, na eventualidade de que nós falhemos.

No dia 8 de dezembro, além do “dia da Justiça” com jota maiúsculo, é preciso lembrar da justiça com jota minúsculo, único caso da língua portuguesa em que o substantivo com minúscula é maior e mais importante que o mesmo vocáculo grafado com maiúscula. Mas só poderemos celebrar verdadeiramente a Justiça quando o ordinário for a justiça, assim como só poderemos celebrar verdadeiramente o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos nos dias 10 de dezembro quando os direitos humanos estiverem universalmente concretizados.

Enquanto isso, celebremos simbolicamente as declarações, as instituições e os objetivos a mirar, a admirar, como se de miragem se tratasse.
Lembremo-nos do Dia da Justiça, mas sempre conjugadamente com o Dia dos Direitos Humanos: 8 e 10 de dezembro. Dias que nos fazem pensar.