O Brasil registrou, em 2023, mais de 160 mil certidões de nascimento em que consta apenas o nome da mãe. Segundo o Portal da Transparência do Registro Civil, disponibilizados on-line e categorizados por data e região do país, foram 160.658 certidões com pai ausente. No ano passado, o Brasil realizou o registro de 2.358.947 crianças até 1º de dezembro. Aquelas que tiveram apenas o nome da mãe, representam 6,32% dos nascimentos. A região com maior percentual de pais ausentes é a Norte, com 10%.
Em 2022, tinham sido 150 948 certidões. Andressa Gnann, advogada e sócia fundadora do escritório Gnann e Souza Advogados, expert em Direito de Família para mulheres, aponta que fazer o registro com pai ausente tem impactos não apenas na infância da pessoa, mas também na adolescência e na fase adulta. “A ausência do nome do pai na certidão de nascimento da criança pode afetar o desenvolvimento emocional e comportamental, pois ela pode se sentir incompleta, rejeitada, abandonada ou diferente das outras crianças”, diz. “Isso afeta diretamente na convivência e relacionamento com outras pessoas, isolamento social e baixa autoestima, por exemplo”, destaca ela.