Da jornalista Ruth de Aquino – Caminhava na ampla calçada no Rio de Janeiro quando escutei “com licença”. Olhei para trás, para dar espaço, talvez a um idoso, um bebê, uma cadeira de rodas. Mas não. Era uma ciclista com roupa de ginástica e capacete. Bicicleta elétrica de R$ 10 mil. Eu respondi: sério mesmo que você quer que eu saia da frente para você passar? “Queria que eu te atropelasse?”, ela retrucou. Não, eu queria que desviasse; não sabe que calçada é espaço de pedestre? “Esse espaço é tanto meu quanto seu”, ela disse. É ilegal trafegar na calçada, eu disse. “Não estou violando nenhuma lei, estou a 20 km por hora”. Como você termina uma “conversa” dessas? Virou uma epidemia. E olha que era uma calçada larga o suficiente para mim, para a bike e para o ego dessa senhora.