Por Bianca Lucca – Jornalista há mais de 50 anos, Emerson Sousa lança o livro Passa um vento e fica assim.., pela Editora Becalete. Em histórias que viu e protagonizou, Emerson narra desde a chegada aos grandes jornais de Brasília até a dualidade entre ser um jornalista sério e um cronista bem-humorado. O evento será, hoje no Bar Beirute da Asa Sul, às 19h.
Dividido em três partes, o livro inicia a história na Ilha de Itaparica, na Bahia, onde Emerson cresceu, intitu-lada de Passa um vento e fica assim. A segunda parte, Histórias palacianas, acompanha o jornalista foca (apelido para os recém-iniciados na profissão) na trajetória de 10 anos credenciado na Presidência da República. O capítulo final da obra é chamado de Cau-sos, no qual episódios vividos e criados pelo jornalista são contados.
Em memórias da infância até a vida adulta, Emerson compartilha uma trajetória emocionante. Uma vivência desafiadora registrada na obra foi quando o general Moraes Rego, chefe do Gabinete Militar no governo Gei-sel, foi preso por 10 dias. “Rego não podia dar entrevistas devido ao cargo que ocupava. Em um coquetel na Confederação Nacional da Indústria, falei ao garçom que mantivesse o copo do general sempre cheio. No fim da festa, ele estava preso e me contou em detalhes todas as informações”, come-mora. O evento fez com que o amigo Heraldo Pereira falasse que Emerson é a pena mais perigosa da República.
Com uma reputação de repórter incansável obcecado pela seriedade da informação, Emerson também é destacado como um homem intuitivo, irônico e bem-humorado pelos colegas. Para equilibrar as duas facetas que compõem a vida profissional e pessoal, o jornalista escreve de forma bem-humorada e leve para retratar a realidade da época difícil da ditadura militar brasileira, repleta de malabarismo para driblar os obstáculos na imprensa.
Emerson menciona a descoberta de uma fonte preciosa de informações no Palácio do Planalto, que marcou a carreira jornalística: “O educadíssimo e gentil general Danilo Venturini.