O presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), desembargador Rommel Araújo, acompanhado da conselheira Tânia Regina Silva Reckziege, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esteve reunido com lideranças indígenas de etnia Wajãpi, na aldeia Aramirã. Durante a reunião, os indígenas pediram apoio do Poder Judiciário na garantia de seus direitos. Entre os principais pedidos estavam: mais atenção à saúde do povo indígena; uma educação que respeite a cultura indígena local; e providências contra os ataques aos territórios indígenas.
Para a conselheira Tânia Regina Silva Reckziegel, membro do Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário, estar em diálogo com os indígenas demonstra a preocupação da Justiça com os povos originários do Brasil. “Ouvi atentamente cada reivindicação e necessidade apresentada e vou levar até o Conselho Nacional de Justiça cada uma delas, além de propor a criação de um fórum de auxílio aos povos indígenas”, informou a conselheira.
O desembargador-presidente Rommel Araújo pontuou que irá propor ao Pleno do TJAP a criação de uma coordenadoria de proteção e garantia dos direitos indígenas, que deverá ser composta por um desembargador e por todos os juízes das localidades onde existam aldeias no Amapá.
“Quero dizer às senhoras e aos senhores que eu cheguei aqui sem um cocar e saio daqui com esse cocar que vocês estão usando no meu coração. Levo comigo o vermelho do urucum que pinta seus rostos e estão em suas vestes como uma luta que também é minha, e, quando eu digo uma luta minha, eu digo uma luta do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá”, finalizou o magistrado.
Integraram ainda a Comitiva do CNJ, os Juízes Fábio Vitorio Mattiello, Jonatas Andrade e Hugo Cavalcanti Melo Filho, além da assessora-chefe de gabinete do CNJ, Michaella Fregapani Lanner.
Localizada no Centro Oeste do Amapá, na aldeia Aramirã residem cerca de 1660 indígenas de etnia Wajãpi – que ocupa mais de 100 aldeias espalhadas pelo território indígena. Esta aldeia é chefiada pela primeira vez por uma mulher, a chefe Ajareaty Wajãpi. “Queremos mais atenção e respeito à saúde de nossas mulheres indígenas, que vêm sofrendo pela falta de atendimento. Que nosso clamor seja levado a todas as autoridades para virem em nosso auxílio”, pediu a líder Wajãpi.