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Dipp, o preferido de Dilma

Gilson Dipp, do STJ (Foto:arquivo)

O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e coordenador da Comissão da Verdade, ministro Gilson Langaro Dipp – gaúcho de Passo Fundo – é hoje uma das poucas pessoas que a presidenta Dilma Rousseff ouve com respeito, sem dar os conhecidos chiliques a exemplo do que faz com ministros de Estado e assessores mais graduados.

Se dependesse dela, por exemplo, Dipp seria o nome indicado para a vaga do ministro Cezar Peluso no Supremo Tribunal Federal (STF). O empecilho foi a idade de Dipp. Ele completa 68 anos na próxima segunda-feira (01/10) e, constitucionalmente, não pode ser nomeado para o STF. O limite é de 65 anos.

Intrigada, Dilma chegou a pedir à Advocacia-Geral da República um parecer sobre a possibilidade de nomear Dipp, mesmo fora do limite constitucional, com a justificativa de que ele já é ministro de tribunal superior. A resposta foi taxativa: não pode.

Sem pode nomear Dipp, a solução encontrada por Dilma foi ouvir o velho amigo dos tempos de Porto Alegre sobre um nome de respeito para ser indicado para o STF. Dipp não teve dúvidas em opinar pelo nome de seu colega de STJ, o catarinense Teori Zavascki. Dilma ouviu atentamente e indicou Teori para a vaga de Peluso.

No entanto, Dilma não se dá por vencida. Se dependesse dela, Dipp – que deixa o STJ dentro de dois anos e dificilmente ocupará a presidência do “tribunal da cidadania” por causa da idade – penduraria a toga imediatamente. Daí para frente, somente Dilma sabe como iria aproveitar as qualidades jurídicas, intelectuais, políticas e morais de Gilson Dipp.

Dipp é filho do advogado Daniel Dipp, que foi prefeito e vice-prefeito de Passo Fundo, além de deputado estadual e deputado federal pelo Rio Grande do Sul. É irmão do advogado e juiz do TRE-RS, Hamilton Langaro Dipp e do engenheiro e político Airton Langaro Dipp, também prefeito de Passo Fundo.

Formado em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, exerceu a advocacia em Porto Alegre. Escolhido, pelo quinto constitucional da OAB em 1989, para integrar a composição do Tribunal Federal da 4ª Região (sede em Porto Alegre), onde foi presidente e teve atuação destacada.

Em 1998, por escolha do presidente Fernando Henrique Cardoso, passou a integrar como ministro, o STJ. com a aposentadoria de Américo Luz. Em maio de 2007, passou a ocupar a função de coordenador-geral da Justiça Federal e em setembro de 2008,  foi empossado como corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), substituindo o ministro Cesar Asfor Rocha. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.