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‘Eu vou falar’

O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) afirmou a seus advogados que está disposto a prestar informações para colaborar com as investigações da Operação Lava-Jato. “Eu quero falar, eu vou falar”, teria afirmado o ex-presidente da Câmara, de acordo com informações do Valor.

A reportagem destaca que a intenção inicial de Cunha seria de depor sem fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Os defensores de Cunha, no entanto, o alertaram para as implicações decorrentes da confissão fora de uma colaboração. Processado por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-deputado está sujeito à uma sentença que, em tese, pode ultrapassar 20 anos, caso o juiz federal Sergio Moro opte por condená-lo às penas máximas previstas pelos delitos a que responde.

Ainda de acordo com o Valor, Cunha já foi informado por seus advogados de uma exigência da qual o MPF não abre mão para começar a conversar sobre um eventual acordo, caso haja interesse por parte dos procuradores: ele terá de concordar com o cumprimento de um período mínimo de três anos, em regime fechado, se de fato passar à condição de delator da Lava-Jato – e o acordo for homologado.

A reportagem destaca que desde que foi encarcerado na custódia da Polícia Federal (PF) em Curitiba, na quarta-feira, Cunha teve conversas longas e tensas com integrantes de sua equipe de advogados. Em um dos diálogos, um dos defensores deixou clara a situação do ex-deputado.