Direito Global
Sem a toga

Pandilha de sevandijas

A história foi contada em sua página no Facebook pelo jornalista e escritor Sergio Siqueira, gaúcho de Pelotas mas residente em Brasília há várias décadas:

Uma vez, em plena sessão do Tribunal do Júri, meu pai, Juliné da Costa Siqueira, velha raposa das lides jurídicas, cansado com as procrastinações ‘legais’, disse que a Justiça vinha sendo exercida por uma ‘pandilha de sevandijas’.

O juiz ameaçou cassar-lhe a palavra. O velho quis saber do juiz, a razão de sua ameaça. O magistrado não soube responder. Meu pai então insistiu com a tal ‘pandilha de sevandijas” tantas vezes quantas foram suficientes para o juiz impedi-lo de usar a palavra.

Quando se retirava do tribunal, conduzido pelo advogado seu assistente de defesa, os presentes e a imprensa quiseram saber então, se ‘pandilha de sevandijas’ era mesmo uma ofensa ou não. Meu pai foi didático e vitoriosamente irônico:

– Acho que sim, pois quer dizer súcia de exploradores, de aproveitadores que vivem à custa alheia. Mas isso não importa. O que interessa é que o ilustre magistrado não sabia. É um ignorante. Era o que eu queria provar. Escrevam isso aí.