Juristas comentam a crítica do ex-presidente do TST, ministro Almir Pazzianotto Pinto a sessões do Supremo Tribunal Federal transmitidas pela TV, alterando a conduta de ministros.
Álvaro Quintão- presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro:
O ministro Almir Pazzianotto tem Razão! Pior do que a triste constatação feita pelo Ministro é o fato de que o comportamento do STF está contaminando todo judiciário. É comum encontrarmos juízes mais preocupados em falar para as câmeras do que nos autos dos processos. Juízes mais preocupados com suas imagens do que com as decisões que vão proferir.
Henri Clay Andrade – Presidente da OAB de Sergipe,
Os holofotes transformaram as sessões do STF em monumental espetáculo protagonizado pela vaidade. O exibicionismo entrou em cena em detrimento da racionalidade, serenidade e imparcialidade, valores imprescindíveis da ordem jurídica do Estado democrático. A quem foi dado o poder de preservar a Constituição não tem o direito de causar crises institucionais.
Pedro Paulo Castelo Branco – juiz federal aposentado e atualmente exercendo a advocacia
Eivado de razão o comentário do Ministro Almir Pazzianotto. A lição que colhe a sociedade dessas discussões entre ministros da Suprema Corte, demonstra o grau que existe entre os seus membros da falta de humildade e de reconhecimento da lhaneza de trato que esqueceram ambos nas relações intersubjetivas. Pode haver demonstração mais coerente particularmente da falta de respeito mútuo, da cordialidade e da cultura do saber jurídico? Dizia Sófocles, num dos episódios de Édipo -Rei que ‘ Quando a razão sucumbe, ainda é possível aprender com o sofrimento’. Qual sofrimento a ser imputado a Altos Magistrados? A vergonha de toda a sociedade.
Luiz Fernando Casagrande Pereira – advogado
Difícil entender quem vê problema nas transmissões das sessões do Supremo pela televisão. A transparência é vital em um país com uma Suprema Corte de excepcional protagonismo. E as vaidades? Em certa medida a vaidade intelectual ajuda. Já na fração que atrapalha, trata-se de um preço módico que a República paga pelo benefício da saudável transparência.