O juiz federal aposentado Pedro Paulo Castelo Branco Coelho, um dos nomes mais conhecidos do Judiciário Acreano, atualmente reside em Brasília onde exerce a advocacia. De passagem pelo Acre, onde vem de 3 a 4 vezes por ano para acompanhar processos, ao conceder entrevista ao ContilNet, lembrou de sua atuação local e analisou que não se deve misturar Justiça com política.
A assertiva de Pedro Paulo vem ao ser indagado sobre o atual momento no país e como ele avalia casos como o do ex-presidente Lula, preso por ordem judicial de Sérgio Moro, atual Ministro da Justiça no governo Bolsonaro, mas que, à época, exercia a função de juiz federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, onde o processo foi julgado.
“Eu acho justo o julgamento de Lula. Estou acompanhando e até opinei sobre isso ao Jornal Nacional, mas não se pode misturar política com Justiça. Fui juiz no caso Collor e PC Farias e sempre fui na minha linha. Nunca vislumbrei cargos de ministro e nunca quis saber de política. Juiz assumir cargos públicos dá uma conotação de falta de confiança das pessoas, porque somos uma democracia e existe pluripartidarismo. Então quando, por uma decisão, se atinge uma dessas agremiações, os demais não vão aceitar. Difícil convencer. Se você é juiz não pode querer ser ministro. Não pode pensar nisso pois sempre vai turvar a água. Tem que deixar os julgamentos no âmbito dos processos criminais. Se a pessoa tem culpa, o que vem para os autos é que vai provar, as testemunhas e documentos. É preciso ter cuidado com o que implica em juízo de valor.”, destacou.